
ORGAMOS O MELHOR É FINGIR
Na revista sábado de 28 de setetembro www.sabado.xl.pt, li uma reportagem sobre a escritora feminista Fay Weldon que há 60 anos defendia a luta pelo orgasmo, o poder e o dinheiro.
Aos 75 anos vai lançar o seu 40º livro "O que faz as mulheres felizes" Que contradiz todos os seus outros livros anteriores.
Afirma que o prazer não é motivo para problemas conjugais.
Como sempre nem temos orgasmos, então devemos fingi-los.
Esta sua mudança radical, deu-se no momento da sua vida em que teve um uma parada cardíaca e se converteu ao catolicismo.
Apoia-se também em dados científicos que afirmam que a natureza favoreceu o homem.
Cá para mim, os dados científicos são como as leis, utilizamo-las conforme as necessidades.
Qanto ao fingir… desculpem lá mas fingir para quê? E que raio de experiência tem esse homem para não distinguir um orgasmo verdadeiro de um falso?
Sabem onde eu vejo o problema?
Nos extremos!
Nessas tretas de sexo forte e sexo fraco e de querer à viva força provar o contrário.
Não é porque nem sempre tenho orgasmo que o vou fingir e não é porque não tive orgasmo que não tive prazer.
Quando me tocam eu estremeço toda, tenho imenso prazer na penetração, mas por vezes não "chego lá" ou chego com a ajudinha de estímulos complementares como a masturbação.
Os complementares são ainda um tabu para muitos casais.
Existem muitos homens que acham que a penetração tem que ser suficiente, pensam que as carícias indicam a sua incapacidade de machos.
Esta questão vai de encontro com a escritora que afirma que a ausência dos nossos orgasmos baixa a auto estima masculina e que por isso, para evitar mais problemas devemos fingi-los.
Fingir ou não fingir eis a questão.
Será que o orgasmo é obrigatório?
Que raio de relacionamento sobrevive a essa obsessão orgástica e consequentes fingimentos?
A autora afirma também que as mulheres que dão prioridade à carreira ficam sós que para sermos felizes temos que cuidar da casa.
Lá estão os extremos de novo!
Claro que uma mulher que só pensa na profissão e despreza o seu instinto maternal, torna-se masculinizada, fria, tão fria que corre até o risco de nem ter orgasmos.
Será que as feministas dos anos 60, que graças a Deus, nos libertaram de muitas "algemas", não confundiram feminismo com copiar o machismo?
Será que não foram longe demais?
Eu sinto-me feminina, mulher, mãe e profissional e como ser humano tenho direito a ser respeitada, não sou igual a um homem.
Como em tudo na vida, para mim, a virtude está a caminho do meio-termo e da sinceridade relativa.